Em 2011, durante uma viagem a Nova York, o arquiteto e ilustrador paulistano Fabrizio Lenci iniciou um ritual: montar um caderno com desenhos sobre o que o chamou mais a atenção nos lugares por onde passou. A seguir, ele conta e mostra para a seção Trouxe na Mala algumas de suas lembranças:
Sempre tive uma relação forte com os desenhos, porque é um processo de imersão: você precisa parar, olhar ao redor e compreender o espaço. Isso acaba chamando a atenção das pessoas na rua e possibilita interações.
Às vezes, ilustro mais que um caderno. A viagem ao Japão, por exemplo, rendeu três deles. Em geral, são páginas com rabiscos de elementos da arquitetura e cultura local.
O desenho é o jeito que eu encontrei de descobrir as belezas, coisas únicas e contradições dos destinos. Quando você desenha, acaba olhando muito mais para um lugar, sentindo suas particulares e riquezas.
Em Istambul, os minaretes (torres de mesquitas) me chamaram a atenção no skyline da cidade. Desenhei muito eles inspirado nas paisagens que eu vi.
Os cadernos são uma forma muito poderosa de escolher o que eu quero mostrar, com os meus sentimentos, aflições e emoções. Eles são muito importantes para mim porque são as melhores memórias que eu tenho. Todos os momentos mais felizes da minha vida envolveram viagem e desenho.